Pleonasmo

Quer saber o que é pleonasmo? Atenção às dicas para encarar o problema de frente!
Ops! “Encarar o problema de frente”? Não deveria ser apenas
“encarar o problema”? Se encaramos, logo, fazemos isso de frente, portanto, não
é necessário exagerar na fala, muito menos na escrita. Esse tipo de exagero
linguístico que adoramos cometer chama-se pleonasmo.
O brasileiro é um povo muito expressivo. Quando nos comunicamos,
gostamos de gesticular, olhar fixamente para nosso interlocutor para manter sua
atenção e até mesmo conferir ritmo às nossas palavras. Nessa vontade de sermos
compreendidos, pois queremos que as pessoas nos entendam direitinho,
podemos ser exagerados, excessivos, e é aí que, voluntariamente ou não, somos
redundantes, ou seja, repetitivos.
A palavra pleonasmo tem origem na Grécia, especificamente no
termo pleonasmos, e significa excesso, exagero ou
amplificação. A palavra pleonasmo pode ser substituída pelo termo redundância sem
que isso altere seu significado. Existem dois tipos de pleonasmos: pleonasmo
literário e pleonasmo vicioso.

O pleonasmo literário é utilizado para
destacar uma ideia, sendo muito encontrado na linguagem literária. Nesse caso,
o pleonasmo não é considerado erro, encaixando-se no que conhecemos como
“licença poética”. Observe os exemplos:
“Iam vinte anos desde aquele dia
Quando com os olhos eu quis ver de perto
Quanto em visão com os da saudade via.”
(Alberto de Oliveira)
“Morrerás morte vil na mão de um forte”.
(Gonçalves Dias)
“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal”.
(Fernando Pessoa)
“E rir meu riso
E derramar meu pranto”.
(Vinicius de Moraes)
Já o pleonasmo vicioso, que acrescenta termos
desnecessários para a compreensão tanto na escrita como na fala, é considerado
um erro. É chamado de vicioso porque, na maioria das vezes, sequer nos damos
conta de que estamos cometendo um exagero linguístico. Veja os exemplos:
Encarei de frente
Vivi a vida
Subi pra cima/desci pra baixo
Elo de ligação
Estrelas do céu
Viúva do falecido
Conclusão final
Esses são apenas alguns dos inúmeros exemplos de pleonasmo
vicioso, já que existe uma infinidade deles, pois, além de expressivos e
exagerados, somos um povo muito criativo! Através dos exemplos dados, a
diferença entre os tipos de pleonasmos torna-se evidente, portanto, fica mais
fácil entender quando ele é considerado um recurso para conferir expressividade
com intenção literária e quando ele é apenas uma repetição,
cujo emprego é desnecessário.
Por Luana Castro
Graduada em Letras
Vícios de linguagem


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